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Vereadora Leidiane visita moradores da comunidade Alcobras e Sindicalistas

Diário do Acre - Alcobras/Capixaba


Ainda era cedo quando cheguei na sede do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Capixaba. Chagas, o presidente, e a secretária Márcia já estavam pegados no serviço. Ouvi um pouco dos desafios da gestão sindical, enquanto aguardava junto com Luan e o Ronaldo a vereadora Leidiane, para começar nossas visitas.



Não deu tempo nem do café esfriar no copo, quando ela chegou e partimos. Entramos rapidinho no ramal da sementeira para encostar na casa do João, um jovem produtor que estava estudando pedagogia pela internet. Raimundo Rocha seu Rochinha da Sementeira, pai do João, chegou com pão e muitas histórias do tempo que morava na Cidade Nova em Rio Branco e da organização do polo.


Do lado da usina, entramos na Alcoolbrás. Seguimos no asfalto até fazer a transição para a estrada de terra batida, o ramal estava molhado, caiu uma chuvinha ontem, chuva em agosto vai segurar as mangas mais cedo por aqui, mas revela também que, esse ano, talvez o ramal não seja feito a tempo.



Cruzamos uma porteira e encontramos seu Milton ajeitando umas telhas próximo a um caniço fincado no chão. “Peguei uma traíra mais cedo”, afirmou seu Milton, enquanto caminhávamos para sua casa. Na cozinha, dona Bal já estava com a panela no fogão. O perfume de madeira queimando, enquanto a panela chiava, fazia a conversa mais agradável. “Estou economizando o gás” disse Dona Bal tangendo um pintinho que ciscava por ali.


Seu Milton nos contou a história da dona Gleiciane, que teve 45% do seu corpo queimado em um choque de alta tensão e que não estava bem. Fomos fazer uma visita e saber se podíamos ajudar. Em sua casinha, a beira do ramal, ela sofria com a cicatrização e o descaso do acompanhamento, sem deixar de agradecer por estar viva. Pediu ajuda. Tenho fé que vamos conseguir dar encaminhamento ao pedido.



Era meio dia, quando chegamos na casa do Seu Eduardo, um mineiro simpático que cresceu em Mato Grosso e que mudou-se há pouco para o assentamento. Ele estava chegando do campo que está preparando para plantar milho. Dona Célia servia o almoço para os trabalhadores e nos convidou pra comer. Carne de Porco com macaxeira, feijão, arroz e ovo acompanhados de muitas histórias foram postos a mesa, Nós nos servimos e nos fartamos de tudo.


Seguimos para fazer a volta no Ramal do Barriga, mas antes, paramos na casa da Peruana, uma brasileira dos cabelos bem pretinhos e bem lisinhos, que carrega o apelido desde criança. As panelas ainda estavam no fogão, de bucho cheio, recusamos o convite para o almoço. Leidiane perguntou por uma das filhas. “Está no açude curando uma ressaca” afirmou a Peruana, que me falou ter 11 filhos, quase todos morando em casas ao redor da sua.



Saímos correndo para Capixaba, converso de mais e isso terminou nos atrasando. Mesmo assim, Leidiane pediu pra parar na hortifrutigranjeiro. Não podíamos deixar de passar no João do Gol. Nosso velho amigo estava deitado na rede, sofreu um acidente tirando cipó para ayahuasca e machucou as pernas, mas já estava bem melhor. Animado seu João só lamentou não estar podendo ir esperar. No mais, foi só gratidão a Deus por estar bem e a nós pela visita.


No retorno para a cidade, estávamos animados, Leidiane, Luan, Ronaldo e eu, mesmo atrasados seguíamos felizes. Eu talvez mais que eles, pois carregava comigo novos amigos e uma grande certeza: que a pouca chuva que vai segurar as mangas na alcoolbras, também vai fazer brotar a boa semente de sonhos que ali plantamos nessa visita.



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